INDEPENDÊNCIA
Recuso-me a aceitar o que me derem.
Recuso-me às verdades acabadas; recuso-me, também, às que tiverem
pousadas no sem-fim as sete espadas.
Recuso-me às espadas que não ferem
e às que ferem por não serem dadas.Recuso-me aos eus-próprios que vierem
e às almas que já foram conquistadas.
Recuso-me a estar lúcido ou comprado
e a estar sòzinho ou estar acompanhado.Recuso-me a morrer. Recuso a vida.
Recuso-me à inocência e ao pecado
como a ser livre ou ser predestinado.Recuso tudo, ó Terra dividida!
Sena, Jorge de (1961). Poesia I.
Lisboa: Livraria Morais Editora. p. 100.
Páginas Paralelas:
“Ler Jorge de Sena” (vida e obra) na página da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro
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