quarta-feira, 2 de julho de 2014

Sophia de Mello Breyner Andresen

Meio-Dia

Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo, enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo.
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso solitário e antigo
Parece bater palmas.

Sophia de Mello Breyner Andresen (2010). "Meio-Dia". In: Obra Poética. Lisboa: Caminho, p. 18.


Terminado o semestre, a equipa de Uma Página por Dia deseja a todos/as boas férias!