quinta-feira, 29 de setembro de 2011

António Peleja, "Tela"


Quando os dias se encolhem
e a luz se vai recolhendo
abandono a tua pele
feita de mil cores

Repouso o pincel
e bebo em ti os momentos
que jamais vivi
sinto o cheiro das tintas
e labuzo o rosto
com restos de sépia
das vidas que hoje criei

Só crio o que a minha mente alcança
só crio sonhos de criança
só crio o que nada muda
quem me dera poder criar
vida, esperança, realidades coloridas

Quem me dera poder dar-vos pinceladas multicoloridas
Qual quadros de Dali, Van Gogh, Miró ou Picasso
Quem me dera que fácil fosse assim pintar vidas
quem me dera poder encerrar em mim todas as tristezas
quem me dera poder calar a fome no mundo

 Pintar telas onde a vida seria simplesmente bela
onde o amor se respirava
onde sorrir fazia parte de nós
onde amar era a luz que iluminava os nossos corpos
Na pintura posso ser quem eu sou

Poema inédito de António Peleja

Nota: António Peleja é aluno do 2º ano do curso de Artes Plásticas e Multimédia do IPBeja

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