Um caminho sigo, sem parar.
Os meus pés simplesmente vão e para trás a minha mente ficou.
Os meus olhos vidram o passado, para a frente querem olhar mas nada vêem...
Vazio...
É tudo o que existe.
Uma camada esconde os meus olhos, como a Lua esconde o Sol num eclipse.
A minha mente divaga por aí, e o meu corpo, sem alma, simplesmente anda.
Mas parece que por mais passos que dê... o cenário apenas escurece, como se recuassem no tempo. Como se tudo se movesse e apenas eu fico no mesmo local.
Penso: “Nada mais do que é poderia ser pior”
Ironia.
A Terra treme.
O chão abre-se.
E eu?
Caio
Caio num vazio sem fim.
Um vazio frio e moribundo.
Não importa, nada mais importa.
Quase não se vê a luz lá em cima.
Sou apenas um pedaço de carne.
Nada importa.
Ninguém para me agarrar.
Ninguém para me salvar.
Ninguém para lavar as minhas mágoas.
Ninguém para me dizer “adoro-te, sê forte, força!”
Estou sozinha...
Apenas tu importavas e nem tu me salvaste, deixaste-me cair.
Neste abismo de desespero, de tristezas e mágoas, de confiança destruída, de promessas e juras esquecidas!
Eu tinha tudo!
Agora não tenho nada...
Não tenho forças.
Não tenho alegrias.
O meu sorriso desapareceu.
O que de mim restava, fugiu contigo.
E aqui ficaram carne e ossos, abandonados pelo espírito.
Um final feliz? É o que se espera.
Ao fundo cheguei...
E aqui
Fiquei
Poema inédito de Alexandra Lota
Nota: Alexandra Lota é aluna do 2º ano do curso de Artes Plásticas e Multimédia do IPBeja.
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