sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sophia de Mello Breyner Andresen

Revolução

Como casa limpa 
Como chão varrido 
Como porta aberta

Como puro início 
Como tempo novo 
Sem mancha nem vício 
 
Como a voz do mar 
Interior de um povo 
 
Como página em branco 
Onde o poema emerge 
 
Como arquitectura 
Do homem que ergue 
Sua habitação

27 de Abril de 1974



Sophia de Mello Breyner Andresen (2000). «Revolução». In: Cem Poemas de Sophia. Lisboa: Visão/Jornal de Letras, p. 94.

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