quarta-feira, 9 de maio de 2012

Blogue Ciberescritas, "Uma vida quase igual às outras"

 "Com o seu primeiro romance “O teu rosto será o último” João Ricardo Pedro con­quis­tou o Prémio Leya 2011. Desem­pre­gado, resolveu con­cretizar o seu sonho. Con­versa real­izada dias depois da atribuição do prémio em Out­ubro do ano passado.
João Ricardo Pedro, 38 anos, Prémio Leya 2011, está à porta da Paste­laria Car­cas­sone, em Lis­boa, de óculos escuros. Pas­sou mal a noite. Dormir tem sido difí­cil desde o dia em que o júri do Prémio Leya 2011 deliberou por maio­ria atribuir os 100 mil euros ao romance que pas­sou os últi­mos dois anos a escr­ever, “O teu rosto será o último”.
É uma grande mudança na sua vida. Durante dez anos tra­bal­hou como engen­heiro elec­trotéc­nico e, em 2009, houve um des­ped­i­mento colec­tivo na empresa onde tra­bal­hava. “Fui nessa leva. Fiquei umas horas abananado: dois fil­hos, casado, com uma casa por pagar, era uma situ­ação com­pli­cada.” Nessa noite decidiu que não ia come­ter o erro de andar deses­per­ada­mente à procura de emprego. Quando perce­beu que gostava mesmo de livros, já tra­bal­hava numa empresa de tele­co­mu­ni­cações. “Uma data de pas­sos arrisca­dos que eu podia ter dado no final da ado­lescên­cia, tive von­tade de os dar aos trinta e tal anos, já casado e com fil­hos. Muda muita coisa, já não se é uma pes­soa soz­inha…” Por isso, naquela noite em que se viu sem emprego, João Ricardo Pedro tomou uma decisão: “É amanhã. Vou levar os miú­dos à escola, volto para casa e começo a escr­ever um livro.”
No dia seguinte, a mul­her chegou a casa e perguntou-lhe: “Então, já começaste a procu­rar emprego?” João respondeu-lhe: “Não. Come­cei a escr­ever um livro”. Ela olhou-o demor­ada­mente e fê-lo prom­e­ter que iria escr­ever uma página por dia. Durante dois anos, João escreveu mil­hares de pági­nas. A maio­ria foi para o lixo. [...]" Pode continuar a ler neste endereço, com video.

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