terça-feira, 4 de junho de 2013

Hazul Luzah

Antes












Graffiti de Hazul, numa das ruas do Porto. Disponível em http://hazulmural.tumblr.com/


Depois (da “limpeza” camarária)











Obra de Hazul destruída pela “brigada anti-grafito” da Câmara do Porto. Disponível em http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId=3243459&related=no


Tomai cultura

Carla Romualdo

[excerto]

Aqui na terra onde se agarra a carteira quando alguém fala de cultura, temos paredes que falam, temos paredes que gritam, temos paredes que nos fazem parar e agradecer que haja quem nos deixe recados espalhados pelas esquinas. É uma sorte que ainda nos vai restando e às vezes até nos faz ganhar o dia, basta um desvio não pensado, um súbito olhar de relance para a ruela por onde nunca vamos.
Não estou a falar de tags, de cagalhotos pintalgados nas paredes, de pirocas (embora também esses possam justificar-se, que as paredes não são todas iguais). Estou a falar de arte, aquilo a que se convencionou chamar arte urbana, expressão criativa num espaço público. E entre os muitos talentos que nos povoam as ruas está o Hazul Luzah, cuja obra podem conhecer melhor aqui, e, por enquanto, em algumas ruas da cidade.
Já por aqui falei da sanha de Rui Rio contra as paredes, uma paixão que o faz abrir a carteira e gastar como um louco, 150 mil euros garantidos para a limpeza das paredes numa autarquia que não pôde desembolsar metade para assegurar a Feira do Livro.   A campanha anti-grafito foi lançada com um frenesim de baldes de água e cheiro a sabão, uma actualização da aldeia da roupa branca para os nossos dias, que ter contas em dia e ser limpinho será sempre motivo de orgulho entre pobres. Aqui d’el rei, gemeu o autarca, que os vândalos estão a ocupar a cidade e ainda hão-de afugentar-nos os turistas, logo agora que estamos tão necessitados das divisas. E com deus como minha testemunha vos garanto, que enquanto eu mandar não há-de haver parede que me desobedeça.
[…]

(Ler mais, no blog aventar)

Páginas Paralelas:
Murais de Hazul disponíveis aqui

“Rui Rio diz que “lei é igual para todos”. “Graffiters” não são excepção”. Porto 24 (28.05.2013). Disponível aqui
 

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