quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

António Ramos Rosa

No limiar

Uma qualidade nocturna e quase amante
talvez violenta e no entanto branca
desperta uma abóbada de arvoredo
um rumor lento uma nudez de sono
e grandes tufos de contornos negros

É um domínio aqui uma convergência de fluxos
Nenhuma imagem se abre na clareira igual
Uma palavra ou o silêncio a ligeireza do ar.

António Ramos Rosa (1983).  «No Limiar». In Gravitações. S.l.: Litexa, p. 55.


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